quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

sociedade de olho nas ações da GMRIO

Em face dos problemas do trânsito no centro, da vagabundagem agindo às claras contra os transeuntes no centro e nos bairros, e do nó no que a queda da passarela deu no Rio, nós ainda temos de saber que parte da Guarda resolveu parar...
Hoje, Guardas Municipais da Unidade de Ordem Pública (UOP) do Centro do Rio foram na 4ªDP para registrar queixa contra o comando da corporação após serem ameaçados por conta da paralisação iniciada nesta terça-feira, dia 28 de janeiro. Os integrantes da UOP da Tijuca também teriam cruzado os braços. Eles reivindicam condições de segurança no trabalho...
Que zona!
Bem, já está mais do que na hora de analisar as verdadeiras razões que concorrem para que Guarda aqui no Rio esteja tão longe de ser como suas congêneres em São Paulo, Recife, Americana, Ribeirão Preto e Foz do Iguaçu.
É necessário falar francamente!
Como lá é bom e aqui é assim?
A proposta da criação da GMRJ, antevia a tendência da municipalização da segurança pública e transformação da Guarda numa futura Polícia Metropolitana; contudo isso só valeu enquanto a corporação esteve sob a direção do Cel Paulo Amendola...Ele não pensou como um oficial da polícia militar que pretendia manter os privilégios dos de sua corporação, mas sim, naquilo que poderia vir a ser melhor para o objeto de proteção, a Municipalidade do Rio de Janeiro. A idéia era a de lançar os sólidos alicerces de uma polícia do futuro, a qual infelizmente não aconteceu. Praticamente todos os grupamentos de atividades especiais de excelência surgiram sob o comando dele e eu ainda me lembro dos quadros orgânicos de instrutores da Guarda, que depois foram empregados para dar aulas para os policiais que eram trazidos para ocupar cargos comissionados que os próprios guardas infelizmente não podiam almejar.
A Guarda sempre foi vista como a possibilidade de "uma boquinha", onde se poderia auferir uma grana e complementar rendas.
E qual o lucro gerado por isso para a corporação?
Ora, e quem é que estava pensando na corporação! rsrsrsr
Quantos "comandantes",policiais, passaram por lá sem que a corporação crescesse?
Eu poderia bem traçar um paralelo entre a tutela que a PM sofria do Exército, com os militares do verde-oliva em funções chave e a situação da Guarda. Todo mundo sabia que as Polícias Militares poderiam andar com as próprias pernas,mas ao que parece, no caso das Guardas Municipais a banda tocaria diferente...Será que é mesmo?
Particularmente eu acho que não!
Na verdade eu acredito que nunca haja existido real interesse de fazer da Guarda, uma corporação bem estruturada e que funcionasse como um órgão de segurança de verdade. Ela sempre foi justificada como um braço muitíssimo bem treinado pra reprimir os distúrbios causados pelo comércio ambulante e eventualmente pra atuar no trânsito, de preferência nas "bocas podres"...
Qual a razão de defender que a Guarda não possa ter arma de fogo; só arma não letal! Quem defendia essas idéias?
O pior é que mesmo alguns guardas que assumiam funções de chefia passavam a comungar da idéia de que a Guarda não teria condições de assumir tarefas que demandassem o uso de armas. Desculpem,mas ao longo da minha vida funcional eu por várias vezes "achei o que o meu chefe achava"; mas NUNCA achei algo porque o meu chefe achava...principalmente se isso colidisse com as minhas convicções funcionais ou com a boa técnica!
Observo que na Guarda Municipal do Rio, o próprio efetivo é dividido justamente para que não haja um sentido de espírito de corpo ou culto à unidade da instituição! Quando se formou as UOPs eu vi um monte de autoridades dizendo que se travava de um efetivo "DE ELITE". Ora, que elite é essa que chegou ontem? Qual sua qualificação? São "elite" por serem universitários?
Isso no meu entender só divide o efetivo, ao mesmo tempo que desprestigia as reais elites pensantes da corporação, repletas de conhecimento, com um monte de cursos e estágios na bagagem e que já estão "na pista" ralando há muito tempo!
Curiosamente, enquanto os recrutas da UOP (que eu particularmente mais vejo aplicando multas) eram chamados de "ELITE", o excelente grupamento de motociclistas da Guarda foi desidiosamente dispersado, assim como o Grupamento de Trânsito cuja prioridade cedeu lugar às empresas de operadores terceirizados, as quais eu bem sei a quem pertencem...Tudo bem casadinho,na exata dimensão do interesse ilegal, ilegítimo e inconfessável de se dar bem!
A Guarda aqui sempre foi um exemplo de "MEIA SEGURANÇA": era muitíssimo mais dispendiosa que uma empresa de vigilância, seus integrantes eram melhor formados que os profissionais de segurança privada; porém, não podiam usar armas e nem coletes à prova de balas eles tem até hoje!
Coletes à prova de balas são dotação individual dos policiais militares nas ruas e equipamento de proteção obrigatório para todos os vigilantes privados do país!
Será que os guardas são menos que osa vigilantes?
Numa condição em nada invejável, a Guarda Municipal do Rio de Janeiro talvez se constitua no maior contingente de segurança pública a atuar sem armas de fogo na atividade de segurança pública em todo o mundo!
Mesmo que estejamos falando em atuar numa grande cidade onde as viaturas policiais não saem para a rua se não tiverem um agente portando fuzil, carabina ou espingarda, a falta de armas de fogo não é justificativa para que a Guarda deixe de atuar efetivamente em segurança pública.
Só para que se tenha uma idéia, em novembro de 2010, quando a criminalidade atacava em diversos pontos da cidade e os efetivos policiais de diversos batalhões e delegacias da capital e interior eram redirecionados para atuar nas operações nos complexos da Penha e Alemão, os guardas municipais continuaram cumprindo sua missão de segurança na via pública, ainda que apenas munidos de cassetetes e eventualmente de aspergidores de gás de pimenta e umas poucas pistolas Taser, não letais. Em muitos bairros do Rio de Janeiro foram, naqueles dias conturbados, os únicos efetivos de segurança estatal a circular ostensivamente!
Opa, esqueci de dizer que as Taser foram recolhidas pouco depois por uma inciativa do próprio Prefeito Eduardo Paes...
E aí, como se faz segurança pública sem arma e colete?
Será que a Guarda Municipal do Rio de Janeiro é a única corporação de segurança pública que carece de segurança pra se proteger?
Toda vez que eu escuto aquela história de que tem de colocar um PM junto com um Guarda pra cumprir qualquer missão eu lembro disso e só lamento que o dinheiro dos meus impostos esteja sendo tão desperdiçado...
Tomara que desse movimento, que na mídia foi eclipsado pela tragédia com a passarela da Linha Amarela, sobrevenha algo de melhor para os cidadãos do Rio que em nada lucram com essa guarda que aí está!
Vinícius Cavalcante, especialista em Segurança Pública .

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RECURSO DE DEFESA OPERACIONAL

O Recurso de Defesa Operacional foi elaborado por profissionais da área de segurança pública, que são lutadores profissionais de MMA (Mixed Martial Arts), e preencheram uma lacuna entre o conhecimento de uma arte marcial e a aplicabilidade profissional. Com a evolução social e o advento da grande divulgação dos combates de mistos de artes marciais, os profissionais da área de segurança (pública ou privada) cada vez mais ganhavam resistência nas suas ações de controle pessoal, que muitas vezes eram sobrepujadas, por agressores, lutadores ou aventureiros, que ganhavam confiança nas investidas contra os agentes, por muitas vezes aprendiam suas técnicas em simples vídeos colhidos na internet. Daí a necessidade da integração dessas duas áreas profissionais, fornecendo aos agentes um recurso de defesa contra novas investidas e a utilização de “técnicas” como agressão.

Com todos os quadros apresentando uma necessidade de capacitação do profissional de segurança, para sua própria proteção, é que foi criado o recurso, tomando-se em conta as experiências vivenciadas pelos agentes no dia a dia e suas especificidades. O RDO foi criado com o intuito de auxiliar os agentes de segurança no exercício de suas funções, onde a necessidade de intervenção por parte do agente determine a imobilização ou condução de um agressor. As intervenções devem sempre observar três aspectos: Prioridade, Necessidade e Responsabilidade, no primeiro o agente avalia o motivo pelo qual estará executando a sua ação e quais as diretrizes a serem adotadas para o evento, no segundo o agente é obrigado a utilizar as técnicas e os meios necessários e apropriados para garantir a integridade de suas funções e o terceiro é onde o agente explora todo o profissionalismo que lhe cabe, controlando emoções, visando uma melhor execução das técnicas e garantindo os direitos de todos os envolvidos no evento.

O Guarda Municipal e Mestre de Capoeira o Sr. Antônio Augusto de Olinda Santos o juntamente com o Policial Militar e Mestre de Luta Livre o Sr. André Gustavo Félix Fernandes, também lutadores profissionais conhecidos no mundo da luta como "Garra" e "Mau-Mau", através dos seus vastos conhecimentos na área operacional e nas artes marciais, desenvolveram inicialmente grandes trabalhos, na capacitação dos profissionais da área de segurança pública, tanto na Guarda Municipal, quanto na Polícia militar do Rio de Janeiro respectivamente. O objetivo desse dois foi alcançado e com a união com outros profissionais, que também viram a necessidade do agente de segurança, aprender a se proteger mesmo sem o uso de armamento, o RDO foi criado e esse trabalho vem sendo realizados em várias esferas de atuação policial, respeitando sempre o sigilo dos treinamentos.