quarta-feira, 26 de junho de 2013


                Controle de Distúrbio Civil: as GCMs estão preparadas ?

segunda-feira, 24 de junho de 20132comentários

           *Siderley Lima



Os protestos motivados pelo preço da passagem de ônibus espalhou-se rapidamente  pelas principais metrópoles brasileiras e atingiu uma repercussão jamais vista, o movimento já entrou para a história ultrapassando o número de pessoa das “diretas já”em 1984 e o pedido de afastamento do cargo do presidente Ferando Collor em 1992.

Os últimos acontecimentos despertam no país alguns assuntos que até pouco tempo atrás não havia muita preocupação. Manifestações bem orquestradas, inicialmente com lideranças bem articuladas e uma causa justa. Não vou entrar no mérito dos motivos e reivindicações.

Os causadores do movimentos além do aumento das passagens estava as causas sociais, políticas, religiosas omissão e falência das autoridades. Tudo o que estava no manual de Controle de Distúrbios Civis acontecem, tudo de uma vez só. Entre os últimos dias dos acontecimentos, destaco a tentativa de invasão a prefeitura de SP que foi impedida pela Inspetoria de Operações Especiais da Guarda Civil Metropolitana. De forma organizada e com treinamento conseguiu de forma brilhante impedir a entrada de manifestantes. Tendo o merecido destaque em varios meios de comunicação.

Agora faço a seguinte pergunta: Quantas Corporações de Guardas Municipais estão preparadas para o confronto semelhante a de São Paulo? Quantas tem equipamentos ? Quantas já realizaram algum tipo de treinamento de controle de distúrbio civil ? Lembrando que até pouco tempo atrás a GCM de SP estava proibida de realizar tal treinamento, sendo que os equipamentos haviam sido recolhido da referida Inspetoria, o detalhe é que havia voltado aos treinamentos há pouco tempo.

Em uma rápida pesquisa principalmente em SP, sem nos aprofundar em outros estados vejam o balanço: Ônibus apedrejados; próprios públicos pichados; Tentativa de invasão prefeitura de SP; tentativa de invasão no Palácio do Governo; Lojas saqueadas; policiais feridos; Caos implantado nos horários de picos; transtorno a população não envolvida; Carros da imprensa queimados; Base da PM queimada; Guaritas da PM arrancadas do lugar; Incêndio a ônibus; A Prefeitura de São Paulo informou que recebeu relatos de uma tentativa de invasão no Teatro Municipal e todas as entradas foram fechadas. Os vitrais na fachada foram pichados;
Exemplo de equipamento completo GCM de Salvador/BA
 Infelizmente algumas corporações espalhadas pelo país não teriam a mínima condição de realizar tal missão. Agora reflitam comigo : "Se uma corporação não consegue nem fazer a segurança de uma prefeitura que é o coração ou o cérebro  da administração pública municipal devido a falta de treinamento ou aquisição de equipamentos, de quem é a culpa ? Se houvesse manifestações em todas as cidades, as GCMs teriam condições de evitar igual a GCM de SP ? 

Após duas semanas de passeatas e tumultos, as corporações precisam rever seus conceitos no que diz respeito a segurança dos próprios públicos em especial a segurança do Paço Municipal de cada Cidade. A aquisição de equipamentos e o treinamento adequado são fundamentais.

O movimento foi  pacífico em alguns locais, porém  alguns grupos agiram de forma totalmente fora de contexto. Fica uma lição “ é  impossível saber quem está numa manifestação com milhares de pessoas. Porém é inadmissível fingir que entende de segurança e não ter preparo algum.!

Siderley Andrade de Lima, GCM de Jandira, exerceu a função de Supervisor responsável pela coordenação de cursos e treinamentos, ex-subcomandante. É consultor de segurança patrimonial, graduado do curso de Gestão em segurança privada pela Universidade Paulista, Diplomado em Política e Estratégia pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, idealizador do blog sobre segurançahttp://gestorsegurancaempresarial.blogspot.com/; Colunista do site de segurança www.dicaseg.com; Membro da ABSEG- Associação Brasileira de Profissionais de Segurança, autor dos livros Manual Básico do Instrutor de Armamento e Tiro e Sobrevivência Policial no Confronto Armado.

siderleyandrade@yahoo.com.br

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25 de junho de 2013 10:45
Falta comprometimento com a segurança pública por parte da maioria dos gestores municipais. Alguns tratam o Departamento da Guarda Municipal como um verdadeiro "cabide de emprego". Colocando gente totalmente despreparada e sem o devido conhecimento do tema GCM. Isso só melhorará quando os gestores tomarem consciência da importância da profissionalização das Guardas Municipais, lembrando que Guarda entende de Guarda e PM de PM, não devemos misturar as coisas, sob pena de desvirtuarmos as atribuições pertinentes.Os integrantes das GCMs devem ser todos de carreira, sem ter comissionados despreparados, geralmente em cargos de chefia, por acordos políticos e ineficiência dos gestores. Aí sim teremos Guardas Municipais bem treinadas e principalmente bem equipadas. Há muito tempo venho falando sobre a necessidade de treinamento e aquisição de equipamento de C.D.C. para as GCMs, mas sempre sem sucesso algum, as prioridades do gestor são outras. Espero que o próprio gestor não sinta na pele a falta desses equipamentos numa eventual investida de manifestantes contra seu gabinete.
Anônimo
25 de junho de 2013 12:32
A maioria das Guardas Municipais do Brasil, quase todas, não tem preparo nenhum para esse tipo de atividade. Com relação à GCM de São Paulo discordo que ela tenha "impedido brilhantemente" a invasão da prefeitura, os guardas foram recuando, recuando até se trancarem dentro do prédio, só não houve a invasão graças aquelas grades gigantes que existiam nas portas, essas sim uma proteção brilhante. Os poucos guardas que tentaram reagir à invasão foram impedidos pelos outros guardas, que só fizeram recuar. Já a Guarda de Belém-PA, essa sim realmente impediu a invasão, inclusive utilizando bombas de efeito moral, a Guarda de Campinas-SP também.

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RECURSO DE DEFESA OPERACIONAL

O Recurso de Defesa Operacional foi elaborado por profissionais da área de segurança pública, que são lutadores profissionais de MMA (Mixed Martial Arts), e preencheram uma lacuna entre o conhecimento de uma arte marcial e a aplicabilidade profissional. Com a evolução social e o advento da grande divulgação dos combates de mistos de artes marciais, os profissionais da área de segurança (pública ou privada) cada vez mais ganhavam resistência nas suas ações de controle pessoal, que muitas vezes eram sobrepujadas, por agressores, lutadores ou aventureiros, que ganhavam confiança nas investidas contra os agentes, por muitas vezes aprendiam suas técnicas em simples vídeos colhidos na internet. Daí a necessidade da integração dessas duas áreas profissionais, fornecendo aos agentes um recurso de defesa contra novas investidas e a utilização de “técnicas” como agressão.

Com todos os quadros apresentando uma necessidade de capacitação do profissional de segurança, para sua própria proteção, é que foi criado o recurso, tomando-se em conta as experiências vivenciadas pelos agentes no dia a dia e suas especificidades. O RDO foi criado com o intuito de auxiliar os agentes de segurança no exercício de suas funções, onde a necessidade de intervenção por parte do agente determine a imobilização ou condução de um agressor. As intervenções devem sempre observar três aspectos: Prioridade, Necessidade e Responsabilidade, no primeiro o agente avalia o motivo pelo qual estará executando a sua ação e quais as diretrizes a serem adotadas para o evento, no segundo o agente é obrigado a utilizar as técnicas e os meios necessários e apropriados para garantir a integridade de suas funções e o terceiro é onde o agente explora todo o profissionalismo que lhe cabe, controlando emoções, visando uma melhor execução das técnicas e garantindo os direitos de todos os envolvidos no evento.

O Guarda Municipal e Mestre de Capoeira o Sr. Antônio Augusto de Olinda Santos o juntamente com o Policial Militar e Mestre de Luta Livre o Sr. André Gustavo Félix Fernandes, também lutadores profissionais conhecidos no mundo da luta como "Garra" e "Mau-Mau", através dos seus vastos conhecimentos na área operacional e nas artes marciais, desenvolveram inicialmente grandes trabalhos, na capacitação dos profissionais da área de segurança pública, tanto na Guarda Municipal, quanto na Polícia militar do Rio de Janeiro respectivamente. O objetivo desse dois foi alcançado e com a união com outros profissionais, que também viram a necessidade do agente de segurança, aprender a se proteger mesmo sem o uso de armamento, o RDO foi criado e esse trabalho vem sendo realizados em várias esferas de atuação policial, respeitando sempre o sigilo dos treinamentos.